
As árvores acalmam e ajudam-nos a recuperar, a sarar, a harmonizar. Quando vemos imagens de hospitais do fim do séc. XIX e início do séc.XX vemos que são densamente arborizados. É verdade que é difícil de medir os efeitos da exposição às árvores, dependerá sem dúvida da receptividade de cada um, sendo que as árvores também não são todas iguais – mas parece indiscutível que elas nos fazem bem.
No Japão existe a prática do banho de floresta – shinrin-yoku . Há estudos envolvendo grupos diversificados de populações japonesas na prática do banho de floresta, nos quais se fizeram registos regulares dos indicadores de stress com parâmetros simples como a tensão arterial, o batimento cardíaco, e os níveis de cortisol. Os efeitos calmantes destes banhos e o efeito das árvores na atenuação do stress apresentam-se como evidentes.
É já reconhecido que as árvores podem estimular o nosso sistema imunitário. Para além do shinrin-yoku, já referido, empregam-se também as aromaterapias para reforçar as defesas imunitárias. As árvores produzem substâncias voláteis denominadas phytoncides, que são essenciais aos bosques na protecção das infecções microbianas. Estas mesmas substâncias são susceptíveis de ativar os nossos linfócitos – um passeio de um dia ou dois na floresta tem efeitos durante um mês na atividade dos linfócitos. Basta inspirar para captar as substâncias que voltejam em redor, verdadeiros elfos bem feitores. É a bio-inspiração, literalmente.
Esta partilha generosa vai para além dos efeitos no sistema imunitário – há substâncias com efeito antioxidante, anti-inflamatório e até que influenciam a regeneração dos ossos. Talvez com estes estudos, e outros que se seguirão, possamos encontrar alguma explicação para a nossa ligação íntima com as árvores.
Talvez se goste da sua companhia, porque o corpo sabe o bem que nos fazem.
Referências – Penser comme une arbre de Jacques Tassin